Os Tempos Carolíngios
Módulo III do curso de História Universal da Igreja
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Do colapso do Império do Ocidente ao surgimento de novos reinos, acompanhamos como a Igreja guardou a fé e conduziu povos inteiros à vida cristã. Bispos e monges santos tornam-se o eixo de continuidade numa época de ruínas e recomposição.
Vemos a conversão dos francos com Clóvis, o abandono do arianismo entre visigodos e lombardos, e a influência de rainhas e missionários na evangelização das cortes. São Bento lança a Regra que ordena a vida monástica; São Gregório Magno envia Santo Agostinho à Cantuária; irlandeses como São Columba e São Columbano percorrem a Europa fundando mosteiros.
Os mosteiros salvaguardam livros, formam costumes e irradiam vida cristã; nas cidades, a caridade organizada e a disciplina eclesiástica moldam o cotidiano. A memória dos santos, o culto das relíquias e as peregrinações alimentam a esperança e fortalecem a unidade da fé.
Sem ocultar as provações, como heresias persistentes e o avanço islâmico no Mediterrâneo, o módulo mostra como nascem os alicerces da futura Cristandade medieval. Ao final, o aluno situa pessoas, textos e acontecimentos decisivos desse período de transição e semeadura.
Professor:
Lucas Lancaster
Escritor e professor de História da Igreja, formado em História e mestre em Direito.
Bibligrafia do curso
A Igreja Medieval
Os Tempos Bárbaros (381-754) e Carolíngios (754-1077)
OBS 1: as obras assinaladas com * encontram-se em português. OBS 2: para nossas considerações sobre as obras de caráter geral, consultar a Bibliografia do Módulo I. Dentre as obras de caráter geral, a “Histoire Ecclesiastique”, do padre Fleury, tomos 5 a 9 (que abrange de 395 a 794, para os “tempos bárbaros”) e tomos 10 a 13 (794 a 1099, para os “tempos carolíngios); e também a “Histoire Universelle de l’Église Catholique”, do padre Rohrbacher, tomos 7 a 11 (para os “tempos bárbaros”) e 11 a 14 (para os “tempos carolíngios”).
Da “Histoire generale de l’Église”, do padre Boulenger, a segunda parte do tomo III (sobre a Igreja e o Império cristão) e todo o tomo IV (que vai desde a queda do Império Romano do Ocidente até São Gregório VII).
Da “Histoire generale de l’Église”, de Bérault-Bercastel, os tomos II (378 a 527), III (527 a 858) e IV (858 a 1123).
Da “Histoire de L’Église” do cardeal Hergenröther, a segunda parte do tomo II (que examina a história católica desde Constantino até Carlos Magno), e os primeiros capítulos do tomo III (que se ocupa do período que se estende do surgimento do Islã a Bonifácio VIII).
Da “Historia de la Iglesia Catolica”, dos padres Villoslada, Llorca e Montalban, as partes V e VI do tomo I (para “os tempos bárbaros”) e a parte I do tomo II (para os “tempos carolíngios”).
Ainda, “A Igreja dos Tempos Bárbaros”,* de Daniel-Rops, para ambos os períodos, e o 1o volume da “História da Santa Igreja”,* do padre Alfredo Sáenz.
Do “Manual de Historia de La Iglesia”, de Jedin, com os cuidados apontados na Bibliografia do Módulo I, os tomos II (para “os tempos bárbaros”) e III (para os “tempos carolíngios”).
Os tomos 2 a 6 da “Histoire des concilies”, de Hefele. Os concílios ecumênicos do período estudado são examinados em seu tomo 2 (Concílio de Éfeso), tomo 3 (Concílio de Calcedônia e II Concílio de Constantinopla), tomo 4 (III Concílio de Constantinopla), tomo 5 (II Concílio de Niceia) e tomo 6 (III Concílio de Constantinopla). A obra de Hefele, ademais, é uma fonte excelente para o estudo do papado nos tempos bárbaros e da Igreja merovíngia.
Recomendamos ainda os tomos I e II de “L’Église et la Civilizatin au Moyen Age”, de Gustav Schnürer, o primeiro abrangendo desde a queda do Império Romano até Carlos Magno, e o segundo, desde a decadência Carolíngia até o apogeu da Cristandade. Igualmente, “L’eglise de l’antiquite tardive (303-604)” de Henri-Irénée Marrou, e os capítulos iniciais de “Les Papes et la France”, do padre Michek Viot.
Ainda, os capítulos finais de a “Formação da Cidade Cristã”,* de Rúben Calderón Bouchet, e os capítulos intermediários de “El Reino de Dios II, La Iglesia y el Orden Político”, do padre Álvaro Calderón.
Para história medieval geral, os vários volumes do “Entretiens sur l'histoire du moyen âge”, de Jules Zeller; o tomo I da “História da Europa”,* de João Ameal; “A Sociedade Feudal”,* de Marc Bloch; os três volumes da “História dos Reinos Bárbaros”,* e “O Mundo Feudal, Acontecimentos Políticos”,* ambos de Mário Curtis Giordani.
Para os primeiros séculos da Idade Média, “O fim do Mundo Antigo e o princípio da Idade Média”,* e “Le Naissance de la France”, ambos de Ferdinand Lot.
A respeito das invasões bárbaras, “Les Barbares: des Grandes Invasions aux Conquètes Turques du XIo Siècle”, de Louis Halphen; e “As invasões bárbaras”,* de Pierre Riché.
A bibliografia a respeito de Santo Agostinho é vastíssima. De sua obra, são essenciais: “As Confissões”,* “Solilóquios”,* “A vida feliz”,* “A Cidade de Deus”,* “A Graça”.* A seu respeito, são relevantes “A vida de Agostinho”,* escrita por Possídio, um de seus alunos; “Saint Augustin”, de Ivan Gobry; “Initiation a La Philipophie de Saint Augustin”, de Fulbert Cayré; “Introdução ao Estudo de Santo Agostinho”,* de Étienne Gilson; “Agostinho – o Homem, o Pastor e o Místico”,* de Augustin Trapé; “Santo Agostinho e Agostinismo”,* de Henri-Irénée Marrou; e os capítulos finais de “Cristianismo e Cultura Clássica”,* de Thomas Noris Cochrane.
Para os Padres da Igreja entre os séculos V a VIII, a “Patrologia”,* de Quasten e do Institutum Angelicum Augustinianum: os capítulos finais dos volumes 3 (a era de ouro da Patrística grega), e do volume 4 (a era de ouro da Patrística latina) e os volumes 5 (os Padres Latinos, do Concílio de Calcedônia a São Beda) e 6 (os Padres Orientais, do Concílio de Calcedônia a São João Damasceno).
Também sobre Patrologia, o “Curso de Patrologia”,* do padre João Batista Insuelas; a “Patrologia”,* de Altaner e Stuiber; o tomo I da “Patrologie et Histoire de La Théologie”, de Cayré. Recomenda-se, ademais, o volume I da “História da Filosofia”,* de Dario Antiseri e de Giovanni Reale, o volume I da “Uma História da Filosofia”,* do padre Copleston; e o volume II da “História da Filosofia”,* do padre Thonnard.
Para a conversão dos bárbaros, as fontes primárias são a “História dos francos”, de São Gregório de Tours; a “História dos Godos”, de Santo Isidoro de Sevilha; a “História Eclesiástica do Povo Inglês”, de São Beda, o Venerável; a “História dos Lombardos”; de Paulo, o Diácono; a “Vida de São Wilibrodo”, de Alcuíno; as “Vidas de Bonifácio”, de Willibald e de Radboud de Utrech; a “Vida de Santo Anscário”, de Rimberto de Hamburgo; a “Gesta Hammaburgensis”, de Adam de Bremen; e a “Chronica Slavorum”, de Helmold von Bosau, que relata a evangelização pelos alemães dos territórios eslavos e saxões desde o reinado de Carlos Magno até cerca de 1172.
Também sobre a conversão dos bárbaros, os primeiros capítulos de “Histoire religieuse de la France”, de Georges Goyau; a “Vie de Saint Patrice”, de Joseph Dunn; “Saint Colomban”, do padre Eugenio Martin “L’Anglaterre chrétienne avant les normands”, de Fernand Cabrol; “Saint Boniface”, biografia do grande santo escrita por G. Kurth; e o tomo I da “Historia de la Iglesia em España”, de Ricardo Villoslada.
Sobre a prática da religião nos tempos bárbaros, “La vie religieuse em France au Moyen Age”, de B. Merdrignac.
No que se refere à vida monástica nos tempos bárbaros: “A vida e os milagres de São Bento”,* de São Gregório Magno; os tomos II e III do “Les Moines en Occidente”, de Ivan Gobry; a “Histoire de l’ordre de S. Benoît”, de Filibertz Schmitz; e “L’ordre monastique des origines au Xiième século”, de U. Berlière.
Para a história do papado, além do “Liber Pontificalis”, o primeiro e o segundo volumes da “Histoire de la Papauté”, de Henrion; o tomos I e II da “História dos papas”,* de Castiglione e Saba; e “Los papas”, de Antonino Lopes. Quanto às obras “Santos e Pecadores. História dos Papas”, de Eamon Duffy e do “Dicionário Enciclopédico dos Papas”,* de Battista Mondin, ver considerações a seu respeito na bibliografia do Modulo I.
Sobre os pontificados de São Leão Magno e de São Gregório Magno, respectivamente “Histoire du pontificat de Saint Leon le Grand” e “Histoire du pontificat de S. Gregoire le Grand”, ambos de Louis Maimbourg.
Sobre a Reforma Gregoriana e São Gregório VII, “O Livro de Gomorra”, de São Pedro Damião; “St. Grégoire VII et La Réforme de l’Église ao XIe siècle”, do padre Delarc; “Les papes do XI século et la Chretienté”, de Jules Gay; “Réforme Grégoirienne”, de A. Fliche; e o referencial “Saint Gregoire VII”, de H. X. Arquillière.
Sobre o papel desempenhado pela Igreja ao lançar as bases da civilização europeia, assim como sobre a preservação das letras nos tempos bárbaros, as obras de Boécio, sobretudo “A Consolação da Filosofia”,* e as “Institutiones”* de Cassiodoro. Também “Los creadores de Europa”, de Luis Suárez Fernández, onde é examinado o impacto civilizacional de São Bento, São Gregório Magno, Santo Isidoro e São Bonifácio; “Education et culture dans l'Occident barbare: VIe - VIIIe siècle”, de Pierre Riché, os capítulos iniciais da “História da educação na Idade Média”,* de Ruy Afonso da Costa Nunes; e de “O Despertar da Europa”,* de Philippe Wolff.
Para os sucedidos na Igreja no Oriente entre os séculos IV e V, as principais fontes são as “Histórias Eclesiásticas” de Sozomeno (até 425), Sócrates (até 439) e Teodoreto (até 428).
Sobre o Império Bizantino e sobre a Igreja no Oriente, com suas controvérsias e seus cismas, “A Civilização Bizantina”,* e “A Teocracia Bizantina”,* ambos de Steven Runciman; “Saint Jean Crysostome”, de Aimé Puech; “Nestorius et la controverse nestorienne”, de M. Jugie; “Voyage au pays des monastères byzantines”, de Varille; e, sobre o Cisma do Oriente; “Le schisme oriental du XIe siècle”, de Louis Bréhier.
Recomenda-se, ainda, dentre as obras dos Padres orientais do final da era patrística, o estudo dos “Escritos Espirituais”,* de São Doroteu de Gaza; de “A Santa Escada”,* de São João Clímaco; e das obras de São João Damasceno, em especial “Da Fé Ortodoxa” e “Contra a heresia iconoclasta”.*
Sobre as heresias, o “Dictionnaire des hérésies, des erreurs et des schismes”, de J. J. Claris; e os capítulos iniciais de “História das heresias e suas refutações”,* de Santo Afonso de Ligório.
Sobre Carlos Magno e o Império Carolíngio, a “Vita Caroli Magni”, escrita por Eginhardo, colaborador próximo do imperador; “Carlos Magno”,* de Jean Favier; “Carlos Magno e o Império Carolíngio”,* de Louis Halphen; “Carlos Magno e a restauração da educação”,* de James Bass Mullinger; “Maomé e Carlos Magno”,* de Henri Pirenne; o importante “L'Empire carolingien VIIIe - IXe siècles”, de Pierre Riché; os capítulos iniciais de “L’idée d’Empire em Occident”, de Robert Folz; e, ainda, “L’empire carolingien, ses origines et ses transformações”, de Arthur Jean Kleinclausz.
Sobre Cluny e a reforma cluniacense, a “Histoire de l’ordre de Cluny”, de Henri Pignot; “L’Église au poder des laïques: (888-1057)”, de Emile Amann; a biografia de Santo Odilo, intitulada “Saint Odilon, abbé de Cluny: sa vie, son temps, ses oeuvres (962-1049)”, de Pierr Jardet; e a biografia de São Hugo, “Vie de Saint Hugues, abbé de Cluny, 1024-1109”, de Alber l’Huillier.
Sobre a Igreja na Península Ibérica entre os séculos VIII e XI, a “Vita Eulogii”, famosa biografia de Santo Eulógio, escrita por Álvaro de Córdoba; as importantes “Crônicas de Afonso III”, em suas duas versões; o tomo II da “Historia de la Iglesia em España”, de Ricardo Garcia Villoslada; também o suscinto “La Cruzada del Sur”, de Juan Antonio Cebrian; o volumoso “Historia da España en Edad Media”, de Luis Suárez Fernandez; e “Al-Andalus contra España: La forja del mito”, de Serafin Fanjul.
Sobre a arte cristã, o volume 1 da “Histoire de l’Art”, coordenada por Emile Mâle; “L’art chrétien, son développement iconographique des origines à nos jours”, de Louis Bréhier; e “Arte do Ocidente: a Idade Média Românica e Gótica”,* de Henri Focillon.
Sobre a Igreja e a escravidão, ainda “Les Esclaves chrétiens depuis les premiers tempos de L’Église”, de Paul Allard, e “A Igreja Católica e a escravidão”,* do padre James Balmes.
